INOVAR É PRECISO?

Os raios de sol bordeavam as relvas abertas ao esplendor da vida e tornavam o reflexo prateado um convite para continuar a caminhar no Parcão, em Porto Alegre.
Os amigos eram os mesmos, cheios de vitalidade e disposição. As crianças e os pipoqueiros já se encontravam na união de suas ilusões. O azul de brigadeiro do céu havia inaugurado um novo dia ensolarado, uma lembrança já perdida. A sombra das árvores se deitava sobre os bancos para se envolver nos beijos e abraços dos jovens enamorados.
O Mestre Elio Lee, com o seu grupo, desenvolvia sua atividade no centro do parque. Seus gestos, envolvidos no Thay Shu Shy, compunham uma poesia, um cântico para uma saúde plena. E sua espada: um desafio, uma oração, modelava os olhares e os corações dos que por ali passavam.
Uma figura imponente, perseverante e amiga, o Sr. Marco Antônio Heit, “o guardião do parque” – como era chamado, se posicionava – como sempre, junto à rua lateral, a estender o seu olhar e o seu estímulo a todos com um: Bom dia!
Eis que, de repente, algo inédito aconteceu! Sons suaves, inebriantes, saudosos e reflexivos, invadem com ondas melodiosas os recônditos mais íntimos daquele parque. Eram os sons melodiosos do saxofone tenor do músico e amigo Emerson Lobato. As vibrações brotavam do centro do parque e margeavam todas as ruas laterais. O semblante das pessoas que caminhavam se irradiava. Elas passaram a sorrir uma para as outras, sem saber o porquê, enquanto a melodia contornava os caminhos, estimulava o sentir, o sonhar e as recordações que cada música despertava.
Ainda que a natureza e o parque sejam esplêndidos, aquele suave modular de sons trouxe outra dimensão para tornar a vida ainda mais bela, ampliar as ilusões, harmonizar as múltiplas faces do conviver e ser testemunha de que: INOVAR É PRECISO!

Autor: Alberto Dal Molin Filho

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